segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Tendências


Os virtuosismos do jornalismo e a sua normal capacidade para nortear uma dada tendência de pensamento na opinião pública, são de facto terrivelmente preocupantes.

Assistia hoje a uma reportagem em que é apresentada uma escola pública a funcionar pessimamente, embora a título provisório, num pavilhão pré-fabricado, em contraponto com o melhor exemplo de escola privada, com os seus alunos a jogar à bola de gravatinha enquanto os papás se gabavam do investimento que fazem nos seus filhos.

Como não pensar que o que é público é decadente e mau e o que é privado é que é bom e competente?

Como?

Alguém pensou, que para esta reportagem ser de facto imparcial, deveria reflectir na mesma e nas suas comparações o melhor do público com o melhor no privado, ou mesmo o pior do público com o pior do privado?

Acredito que muitos que viram a reportagem nem nisso pensaram e facilmente moldaram na sua mente uma ideia, a ideia norteada tendencialmente pelo iluminado que montou a peça!

Serve isto como reflexão para os perigos dos media e a sua falta de imparcialidade em milhares de situações. Quer falemos da casa pia, dos políticos ou de qualquer assunto mais da moda, como o caso McCann!

3 comentários:

Unknown disse...

Conheço muito bem os dois "mundos" se assim lhes podemos chamar. Trabalho nos dois! As diferenças não assim tão grandes como querem fazer parecer! Depende muito dos profissionais que encontras num e noutro local. Eu sou exactamente a mesma com uns e outros, não há qualquer distinção!

Cá para mim, o "iluminado" era também dono de uma escola privada, não?

Unknown disse...

Agora, e depois de ter visto a reportagem, não a acho tão má quanto isso! Acho que se pretende mostrar o melhor e o pior! Infelizmente, a relaidade é que o dinheiro consegue comprar muita coisa! E se é verdade que não compra a felicidade, não é menos verdade que ajuda muito... Porque aqueles pais têm dinheiro, os seus meninos não precisam fazer km para encontrar uma escola e, sejamos realistas, se precisassem (imaginemos que viviam no interior) fazia-no em condições totalmente diferentes!

Rubi disse...

Mas aí também estamos nós, com miolos, para fazer a devida separação, tal como fizeste no "post". Temos que ter dois dedos de testa e pensar que isto é só um exemplo bom de um lado, e um mau do outro lado, e não o todo de ambos os lados, certo? Jokas