terça-feira, 29 de agosto de 2006
Natascha Kampusch
Por vezes e em conversas, tenho dito que nada me surpreende neste mundo, ou melhor, nada deveremos nós achar como surpreendente na humanidade, tal é a profusão de enormidades inconcebíveis para o comum dos mortais que vamos vendo, lendo e ouvindo.
O presente desabafo aparece no seguimento da recente notícia sobre Natascha Kampusch, a jovem desaparecida na Austria quando tinha apenas 10 anos, a 2 de Março de 1998 - este desaparecimento permaneceu um cerrado mistério até aos dias de hoje, 8 longos anos -. Como sabem, a jovem, já com 18 anos, foi encontrada num jardim perto de Viena, após escapar ao sequestrador.
Pasmem-se, o carcereiro manteve-a presa e a viver numa peça exígua, com uma entrada de 50 por 50 centímetros, escavada sob a garagem da casa e fechada com um sistema electrónico - 8 ANOS.
O que nos vai na alma ao sabermos disto ?
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15 comentários:
Uma grande confusão...
Nem imagino o que vai na alma dos familiares da Natascha e não imagino quantas outras pessoas que já viram pessoas queridas desaparecer a ficar tb elas cheias de esperança que um dia reencontrem essas pessoas.
Complicado.
Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico no qual as vítimas de um sequestro, ou pessoas detidas contra sua vontade – prisioneiros – desenvolvem um relacionamento com seu(s) captor(es). Essa solidariedade pode algumas vezes tornar-se uma verdadeira cumplicidade, com os presos chegando a ajudar os captores a alcançar seus objectivos ou fugir da polícia. A síndrome desenvolve-se a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu captor ou conquistar a simpatia do sequestrador.
Ela como poderá estar bem ????
...É importante notar que estes sintomas, são consequência de um stress emocional extremo, por vezes até físico. O comportamento é considerado como uma estratégia de sobrevivência por parte de vítimas de abusos pessoais, tais como abusos no âmbito familiar (esposas, filhos, etc.) e também em cenários de guerra e nos sobreviventes dos campos de concentração nazista...
Uma Ode à capacidade humana de sobrevivência...
Revolta. É o que sinto..
Dor.
Acho que é mais para a desculparem a ela, por ainda tecer simpatias perante o drumedário que já foi desta para melhor e que leva consigo N respostas a outras tantas interrogações.
Só mesmo um estado psicológico induzido - e aqui falamos ainda para mais de uma criança na sua evolução como ser humano -, justifica este desiquilíbrio de não sentir rancor perante o seu ex-carcereiro.
Eu compreendo este estado de auto-defesa psíquica, a única solução que tinha infelizmente de se defender durante 8 anos que a marcou e marca sabemos lá até quando !
Fiquei triste com esta história. É mesmo horrível!......
Apesar da tal "Síndrome de Estocolmo", há uma coisa que não consigo encaixar. Pelos vistos a rapariga chegou a ir ao supermercado com o fulano (as pessoas lembram-se deles) e chegou inclusive a passar férias com ele. Por muito que eu simpatize com uma pessoa, se estou preso e me apanho na rua, a primeira coisa que tento fazer é, ou fugir ou avisar as pessoas que me rodeiam!
que há gente pegajosa neste mundo...
22:
pelo q eu li, essa mesmo é uma das tais manifestações do Síndrome de Estocolmo. O medo da vítima de uma represália é tão grande, que nem tenta contrariar os desejos do raptor, assumindo todas as "liberdades" talvez como uma benesse que n quer perder, entrando no jogo e fazendo tudo o que é do desejo do captor. É a tal defesa própria, com a assunção de uma postura passiva e de admiração para com o monstro. O que é certo é que lá se conseguiu libertar, também, psicológicamente e fugiu !
Visconde :
Tks pela dica
Anne e Chantilly :
Bem vindos, gostei de vos ver por cá, continuem !
Abraços e beijos a todos
Eu desde que ouvi esta notícia que não caibo em mim de pasmo, nem sequer o meu pasmo é com a raptada ou com o raptor, mas com os pais e a polícia.
Os pais disseram que ela estava tal e qual como quando tinha desaparecido de casa, com 10 anos de idade, talvez o problema seja meu, mas saiu uma criança, entrou uma mulher. Ninguém sabe exactamente o que é que ela passou durante os 8 anos de cativeiro.
Quero lembrar que pais de crianças portuguesas desaparecidas continuam a distribuir flyers com informação sobre as crianças, algumas hoje adultos.
A outra questão relativa à polícia: Que raio é que eles andavam a fazer?
Quanto à rapariga, seja o que for que os psiquiatras digam que ela tem, ao fim de oito anos a viver em isolamento em que só se conhece uma pessoa, e depois se é levado para um hospital rodeado de estranhos, a reacção natural de qualquer ser humano, é medo.
Arthur,
ele suicidou-se assim que descobriu que ela fugiu.
Esta história chocou-me. Ele só a alimentava basicamente a pão e queijo, e ela já não se lembra de quando comeu a última refeição quente. Vi uma foto em que se via apenas as pernas, pois ia tapada com uma manta, que estavam cheias de nódoas negras e feridas.
Pior que isto (!) só a menina russa que foi posta num orfanato porque a mãe a tentou matar e depois foi adoptada aos 5 anos por um pedófilo americano que abusou dela até aos 13 (mas essa não sofreu do tal síndrome e mal pôde denunciou-o).
Revoltante.
Estes monstros são tão nojentos que nem a terra os há-de comer.
Quantas mais Nataschas estarão por encontrar, ou quantas outras não aguentaram o cativeiro e jamais serão encontradas.
Vai-me uma dor na alma, pela humanidade...
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