quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Experiências 5*

Caro Diogo,

Apenas para te transmitir, aqui com mais calma e após a nossa breve conversa na “Cantina”, a minha recente experiência na “tua” casa, que contrasta inexplicavelmente com o que tenho vivido recorrentemente no teu espaço, onde ao longo dos tempos me tenho sentido sempre bem recebido.

Há cerca de um mês fui com um grupo de amigos, empresários, jantar ao Vosso restaurante no topo do hotel. Digo-te que achei o ambiente muito carregado e escuro, mas mesmo com algum desconforto nas cadeiras/sofás e mesas lá nos adaptámos ao sentar peculiar desse espaço, estilo esplanada, isto para um jantar (comida) que não considerei nada de espetacular, nada mesmo.

Tenho reparos mais específicos é ao serviço, esse vetor que é tão só o principal e que me deixou com um pé enorme atrás perante o XPTO (5 *?).

Começou com a garrafa de vinho branco que solicitámos para acompanhar o jantar do grupo, colocada em balde com gelo mesmo ao meu lado. Pois bem, no decorrer do jantar, descontraidamente puxo pela garrafa e eu próprio sirvo o vinho ao comparsa que se encontrava ao meu lado. Logo aí vi que não o devia ter feito, afinal o empregado estava no restaurante, mesmo que não ali, para isso mesmo… (ambiente escuro, cheio de gente, estás a ver).

O empregado aproximou-se no meio daquele ambiente carregado, nem eu sei bem de onde e apressadamente, lá me disse, para surpresa minha, que o vinho que tinha tocado não era o meu, pasma-te, acabei por servir o vinho da mesa do lado, mas a que estava no lado oposto aonde eu me encontrava!

Mas que raio, ainda o disse, o mesmo balde de gelo serve para todas as garrafas do restaurante? e é colocado junto a um cliente!?

Só depois reparei que se encontravam no mesmo recipiente gelado duas garrafas abertas e uma ainda fechada…e isto à distância de meio braço meu … incrível! De umas gotas de Alvarinho o meu comparsa não se salvou! Alguém as pagou!

Pior foi a experiência no espaço exterior, no bar do “rooftop”. Para lá chegarmos fomos acompanhados como se a entrar num espaço extra exclusivo se tratasse por um empregado que previamente foi chamado por alguém do restaurante.

Claro que tivemos de pagar primeiro o jantar, não havia hipótese de no final termos uma conta conjunta (aqui sinto que perdem, mas entendo).

Chegados ali e em pé, lá fomos pedindo umas espirituosas, no entanto a falta de simpatia, com patente arrogância e a prepotência da senhora do bar central, não posso deixar de a relatar.

Tento aqui deixar a troca de palavras e o que senti após já todos estarmos com as bebidas:

- EU: Desculpe, tem um cinzeiro?

(tempo infindável sem resposta, aqueles segundos que parecem horas, enquanto um “pepsodente” enorme se mostra, mas…reforço, sem resposta…até que algo é dito)

- HOTEL: Boa Noite!

(compasso de espera agora da minha parte, mas provocado pela pancada encaixada, de alguém que de uma forma que considerei direta me chamou de mal educado – onde é que é falta de educação começar uma frase com um: desculpe … bem, lá respondi de acordo com a norma imposta e já desconcertado)

- EU: Boa Noite!

- HOTEL: NÃO, só os cinzeiros que vê nas mesas.

(O "pepsodente" estava ainda vincado, já só lia gozo na minha cara amigo)

Agradeci e digo-te que embrulhei a simpatia a sorrir para os meus companheiros, escusado será dizer que não tivemos acesso a cinzeiros alguns, as mesas estavam ocupadas com casais que não mereciam ser incomodados.

Admirei, com mais atenção ainda, depois desta afetuosidade toda de claro domínio e demarcação, esta “dona do espaço”, que trabalhava em convívio com alguns jovens que mais me pareciam habituais da noite de Lisboa e “da casa”, isto pelos sorrisos e conversas trocadas entre todos e pelas camisas justas e floreadas que exibiam, um grupo que estava sempre encostado ao bar.

Vestidos de fato, mesmo sem gravatas, não estávamos no sítio certo, senti…nem nos sentimos bem no HOTEL, com tamanha simpatia…!

Diogo, um dos meus convidados era só o Diretor de Expansão da “XPTO”. Lá o consegui driblar com a referência à carência de formação dos nossos RH em Turismo…coisa que até nem me convém frisar muito, mas…algo tinha de dizer.

Para terminar, aproveito para te dizer que o almoço semanal (por vezes até bi semanal) que fez com que me relacionasse mais e melhor contigo não aconteceu mais na “Cantina” face ao relatado, temos ido dar dinheiro a ganhar a outros. Bem, até hoje, regressei pois um empresário das minhas relações marcou aí almoço…é que após tamanho balde de água fria, a vontade esmoreceu…e felizmente há muita oferta como sabes amigo.

Escrevo-te isto pois considero-te a ti um excelente profissional e agora vejo que estás numa ilha das boas, desse grupo, sinto mesmo a “Cantina” um espaço de enorme qualidade. Só que, e há sempre um mas, para mim nos próximos tempos, injustamente confesso, carregas também a marca do que eu experienciei (estás a ver como uma má experiência estraga tantas boas!) …

Forte Abraço!

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