segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Produtos Regionais

Gosto de ler artigos de opinião em jornais.

Estimulam-me o cérebro e, muitas das vezes, formam-me e fazem-me olhar para as coisas num prisma diferente daquele que muitas das vezes tenho.

O mais recente que li e que me perturbou pela clarividência, sustentada em provas científicas, fez-me olhar para um assunto de uma forma diferente, ou melhor, de uma forma mais certa que aquela que tinha, abrindo-me para uma maior compreensão perante determinadas acções.

Claro está, não gostaria de deixar de partilhar convosco esta minha experiência.

Assim e falando de produtos regionais, entendo que os mesmos pecam, muitas das vezes por dimensão e economia de escala, o que por si só não lhes permite competir com os industrializados e mais sustentados, no entanto, o que me leva a escrever aqui é o grau de higiene existente muitas das vezes na sua confecção.

Explica o autor, que, na região onde se encontra e da qual é originário, a matança do porco e a confecção de fumeiros, é e era muitas das vezes confinante com a pocilga onde os animais vivem, e, o suíno, que durante mais de um dia fica por norma pendurado em lojas térreas das casas da aldeia à espera do desmanche, está exposto a enormes perigos para a saúde.

E é desta forma que nos aparecem os chouriços ditos caseiros, as farinheiras de sabor genuíno, as morcelas inigualáveis. Falava de fumeiros e eu pensei logo igualmente nos queijos e nas hortalíças tantas vezes regadas por águas de fossas...

Dizia o autor que: “...em 2005 o prémio Nobel da medicina foi atribuído a dois investigadores australianos que provaram que a bactéria helicobacter pylori era a causadora do cancro do estômago. E o médico que me fez o despiste da bactéria, disse-me que mais de 90% dos portugueses são portadores da bactéria e que a apanham com a sujidade que, em criança, metem na boca...uns anos atrás uma investigadora chegou à conclusão de que a Beira Alta era a região portuguesa com mais incidência de cancro do estômago e que era também a região em que a alimentação dependia mais de enchidos, concluindo que o cancro estava relacionado com esse consumo... E os nossos enchidos? Será que podem impor-se como produto regional? Não tenho dúvidas de que são muito saborosos, mas estaremos à altura de apresentar um produto saudável?..."

Em conversa com a minha irmã, este fim-de-semana sobre este mesmo assunto, esta referiu-me que uma médica amiga, recusa-se a consumir produto regionais/caseiros, que muitas das vezes pacientes simpáticos e bem-intencionados lhe oferecem. Só mesmo certificados é que consome!

Pensei logo nas mediáticas acções da ASAE e nos gritos de revolta das populações. Entendi agora com mais clareza, que talvez não nos estejam só a tentar salvar de uma diarreia momentânea.

8 comentários:

Bernardo Lupi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Capitão-Mor disse...

Isso para mim não é grande novidade! Basta ver as unhas de muitas queijeiras deste país. :)
Como os produtos regionais costumam ser mais caros, interrogo-me se isso se prende com alguma taxa de seboseira...
Assim sendo, aguardo as chouriças com certificado de qualidade!

Capitão-Mor disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Irina A. disse...

Pois eu adoro os enchidos que a minha avó anualmente faz ;)adoro os enchidos e os queijinhos ;)
óh se gosto! ;)

LoiS disse...

Capitão:

E o leite proveniente de animais não vacinados!?!?!?!

Kitty:

Quem não gosta???? serve este post como alerta e quem sabe, incentive mais à tolerãncia da ASAE.

lélé disse...

Produto regional não é sinónimo de produto caseiro e este, por sua vez, também não é necessariamente sinónimo de porcaria.
Há maneiras de se produzirem produtos regionais, como enchidos, por exemplo, de forma semi industrial e muito higiénica. Por outro lado, há muitos enchidos industrializados, que, podes ter a certeza, estão cheios de veneno e certificações.
Concordo que devemos desconfiar dos produtos caseiros sem certificação, sem dúvida, a menos que sejam de confiança, mas nem imaginas a quantidade de obstáculos que a ASAE impõe, e o tempo que demora, para se fazer uma pequena indústria destas!... Uma pessoa desiste!... Seria uma coisa seguríssima, por certo, muito mais segura que qualquer grande indústria, mas o custo é tão elevado, que não se aguenta no mercado... E lá continuamos nós, a comer gato por lebre, porque é mais barato e é o que há!...

LoiS disse...

LéLé: entendo o teu ponto de vista, não é sinónimo de perigo tudo quanto é caseiro. Mas onde temos a data de limite de consumo de um qualquer produto? será q temos a certeza que aquela cabrinha que produziu aquele leitinho que deu o queijo que tanto gostamos está vacinada? temos a certeza que aquelas alfaces não foram borrifadas com água proveniente de um poço com água não potável?

São alertas e compreensões que originaram em mim o aprofundamento deste tema. Estar em alerta para a proveniência dos produtos e compreensão perante o trabalho da ASAE!

Bjs

lélé disse...

Escrevi assim tão mal, que não se perceba o que escrevi?... Não disse nada contra o que apontaste, muito pelo contrário, mas, já agora, deixa-me que te diga, que o prazo de validade indicado nem sempre é real, pois já mais que uma vez comprei embalagens de fiambre, todo muito direitinho, que se estragou em dois dias, apesar de não ter atingido o prazo de validade, apesar de o ter guardado no frigorífico, em embalagem apropriada, como guardo as outras coisas...